No período da grande imigração, companhias de navegação como a Navigazione Generale Italiana, a Veloce, a Transporte Maritimes, a Ligure-Brasiliana e o vetor Ottavio Zino obtiveram licença do governo italiano para transportar imigrantes que tinham suas passagens pagas pelo governo de São Paulo (imigração subsidiada). Houve uma troca do fluxo de escravos africanos por uma aliciação de trabalhadores italianos, ávidos por enriquecimento rápido, transformando companhias de navegação em aliciadoras promotoras de um novo modelo de tráfego humano. A violência da escravidão foi substituída pela mentira persuasiva de que o Brasil era o país do enriquecimento rápido. Por muitos anos, o governo italiano não se preocupou com a emigração. Pelo contrário, a via com bons olhos, pois naquele momento de depressão econômica evitaria-se, com a migração, que a ordem interna fosse abalada com a permanência daquela massa descontente de trabalhadores, mantendo o equilíbrio social e o status quo intacto. Além dos mais, os emigrantes engordavam a economia italiana por meio das remessas que enviavam para o país natal.

Todavia, em decorrência de um relatório sobre as condições de trabalho nas fazendas brasileiras, a Itália assinou o Decreto Prinetti (que na realidade foi uma Portaria) em 26 de março de 1902. O relatório denunciava as situações vividas pelos imigrantes nas plantações cafeeiras, com ênfase no período pós-abolição. Essa portaria proibiu a migração subsidiada de italianos para o Brasil, mas não restringiu a migração espontânea, ou seja, os italianos que quisessem imigrar para o Brasil teriam que comprar suas próprias passagens, e não depender da passagem paga pelo governo brasileiro. São Paulo prontamente sentiu os efeitos dessa decisão, com a brusca queda na migração italiana, acarretando em dificuldades de se achar trabalhadores. Mesmo assim, a imigração subsidiada continuou a existir no Brasil até 1927, beneficiando outros imigrantes, como os japoneses. Para agravar a situação, nos primeiros anos do século XX houve uma grande crise cafeeira, que afetou a economia local, fazendo não apenas o fluxo migratório cair, mas também acarretou na saída de milhares de imigrantes do Brasil.

O Brasil, a partir de então, deixou de ser um destino atraente para os imigrantes da Itália. Em decorrência, entre 1903 e 1919 a imigração italiana, que havia sido hegemônica em São Paulo nos anos anteriores, caiu para o terceiro lugar, sendo superada pela imigração de espanhóis e portugueses. A procedência regional também sofreu abalos: antes, predominaram os vênetos e os lombardos, que passaram a perder importância frente aos italianos do Sul, sobretudo calabreses e campânios.

Fonte: Wikipedia


Dany Cris

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