A questão racial foi decisiva na política imigratória brasileira. O imigrante ideal teria que ser agricultor e, mais do que isso, branco e que emigrava com a família. Neste momento, imigrante virou sinônimo de europeu, pois negros e mestiços foram automaticamente excluídos dos projetos de colonização baseados na distribuição de terras. Nos contratos firmados por agenciadores, os imigrantes eram selecionados de acordo com suas origens regionais (o que indicava que a categoria genérica de “europeu” não era absoluta ou exclusiva). Como exemplo, no decreto 5.663, de 1873, celebrado pelo governo imperial com Joaquim Caetano Pinto Júnior, no topo da lista apareciam alemães e austríacos, portugueses e espanhóis foram excluídos, mas incluía bascos e italianos do Norte. Porém, a política imperial quase sempre não se prendia a escolhas minuciosas da região de origem, sendo o europeu genérico o alvo preferido da política imigrantista. Por muitas décadas os alemães permaneceram no topo da preferência entre os imigrantes, por sua “índole” e seu “pendor” agrícola. A situação se alterou no final do século XIX, quando cresceu a corrente contrária à imigração alemã, devido à formação de quistos germânicos no sul do Brasil, que não se assimilavam dentro da sociedade brasileira, o que passou a ser considerado uma ameaça.

Recorrer à imigração de trabalhadores africanos foi uma ideia prontamente descartada pois, para a elite, isso representaria um reestabelecimento do tráfico negreiro e um aumento da “africanização” do Brasil. O grande número de negros e mestiços, majoritários na população brasileira, causava preocupação entre a elite. Chineses, indianos e outros asiáticos também foram excluídos uma vez que, ao lado dos africanos, eram considerados pertencentes às “raças inferiores”, em um momento em que as ideias de eugenia racial tinham grande prestígio no pensamento científico. O decreto 528, de 1890 foi explícito ao restringir a entrada no Brasil de “indígenas da Ásia e da África”.

O privilégio concedido aos europeus também não era irrestrito, uma vez que criminosos, mendigos, vagabundos, portadores de doenças contagiosas, inválidos, velhos, ciganos, ativistas políticos, refugiados, etc, eram listados como “indesejáveis”. Os alemães também passaram a figurar na lista dos “indesejáveis”, devido à sua tendência à não assimilação. Neste momento, a questão da “latinidade” ganhou força, uma vez que o governo pretendia formar um crisol de raças, que se miscigenaria, caldearia, fundindo-se e assimilando imigrantes e descendentes, alcançando uma meta que seria uma totalidade inequivocadamente brasileira. No pensamento da elite, se formaria no Brasil um povo mestiço, mas onde deveriam predominar as características da raça branca, diluindo a presença das “raças inferiores” (negros e índios).

Assim, italianos, portugueses (e, às vezes, espanhóis), pelo fato de serem povos de cultura latina, próxima à matriz luso-brasileira, apareciam como os imigrantes preferenciais, provavelmente com ênfase nos italianos, pois também havia um certo sentimento antilusitano, inclusive nos meios intelectuais. Assim, a política migratória brasileira privilegiou italianos e portugueses, considerados “assimiláveis”, tratou com reservas alemães e japoneses (menos propensos à assimilação) e excluiu por completo africanos e asiáticos (a restrinção à migração de asiáticos só foi revogada em 1907, pouco antes da chegada dos primeiros imigrantes japoneses).

Fonte: Wikipedia


Dany Cris

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2 Comments

  1. Franco Brasil-Italia julho 6, 2012 at 2:55 pm - Reply

    Carissima Carla, come sempre i miei migliori complimenti per il tuo blog. Trovo anche ottima l'idea di fare un altro blog sulla cittadinanza italiana, considerando l'enorme numero di brasiliani discendenti da italiani. Ma ti scrivo per farti una domanda che, anche se può sembrare provocatoria, è solo per poter avere le idee chiare e fare la scelta giusta: perchè io dovrei chiedere la cittadinanza brasiliana?

    Come sai vivo in Brasile da circa 3 anni e sono sposato con una donna brasiliana. Sono venuto in questo Paese per diversi motivi e, anche se a volte critico alcune cose, penso che passerò qui il resto della mia vita. Il mio futuro è brasiliano, anche se ho imparato a mie spese che il destino a volte gioca brutti scherzi.

    Quindi, pur avendo il visto permanente e tutti i documenti che servono, sto pensando a chiedere la naturalizzazione brasiliana. Ma non posso fare a meno di chiedermi: perchè fare questo?

    Io ho già il mio bel visto, ho un lavoro e una famiglia, quando Dio vorrà mi prenderò una chacara per vivere in pace in mezzo alla natura… quindi che vantaggi "pratici" avrei nel chiedere e ottenere la cittadinanza brasiliana?

    L'unico motivo che mi viene in mente è che in quel caso non avrei più bisogno del visto. Ma a parte questo? Il doppio passaporto? Ne basta uno per viaggiare. Potrei votare alle elezioni brasiliane, ma non è che mi interessi molto questo punto.

    Quindi perchè dovrei chiedere la cittadinanza brasiliana? Che cosa avrei in cambio? Cosa guadagnerei?

    So che può sembrare una domanda stupida, ma se ci pensi bene non lo è. E penso che tu, con l'esperienza che hai su questo argomento, possa risolvere i miei dubbi.

    Um grande abraço!

  2. Benvenuti Cidadania Italiana julho 6, 2012 at 3:52 pm - Reply

    Sabe Franco, é tudo uma questão de objetivos.
    Uma dupla cidadania é válida pra quem quer estudar sem problemas, votar (você querendo ficar no Brasil deveria exercer do direito, para tentar um Brasil melhor, inclusive), direitos políticos, de entrar em concursos públicos, direitos fiscais etc.
    Se pra vc é o bastante ter o visto, (mesmo que se tiver que renová-lo de quando em quando) e consegue viajar só com o passaporte italiano (mesmo que se tivesse o brasileiro, a reentrada no país seria muito mais fácil e sem burocracias), então não precisa mesmo.
    Tudo é questão de escolhas e objetivos, como já disse.
    Fico feliz que pretende ficar no Brasil, e morar numa chácara ainda, no interior, ai que delícia, tbm tenho esse sonho.. Mas ainda tenho muito o que fazer antes disso.
    Tudo de bom pra vc. E ajude a divulgar o blog. Baci

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